Ele não esperou pelo momento final, fugiu, saíra da cidade sem
destino, procurando outro local de abrigo. Fora passando por cidades, crescendo
com as situações, aprendendo com os erros, inovando as suas artes. Apenas se
alimentava daquilo que encontrava ou do que as pessoas lhe ofereciam, prometera
nunca roubar, nunca iria extrair o produto do trabalho realizado duramente por
outras pessoas, então, apenas contava com a sorte e com a benevolência das
pessoas. David foi vivendo a sua vida, sem grandes preocupações, apenas se
limitava a sobreviver. Quando atingiria a adolescência, preocupou-se com o rumo
da sua vida, pensou em assentar em algum lugar, esse lugar seria Leiria, uma
cidade muito habitada e com um belo lago azul. David admirava-se com todas
aquelas pessoas, desde os pequenos miúdos aos velhos habitantes, encontrando
pelo caminho várias moças bonitas e cavaleiros talentosos.
David ainda não possuía dinheiro suficiente para habitar num hotel
e muito menos para comprar uma habitação, dormia nas ruínas de uma velha casa,
já sem decorações, sem umas paredes e com um telhado esburacado pelo tempo.
Todas as noites deitava-se num monte de palha seca. Apenas possuía um tecido
branco que fora várias vezes remendado a que chamara de roupa, parecendo um
vestido muito curto. Lavava-o no rio, local onde tomava um banho gelado com
flores de laranjeira.
Com os seus conhecimentos, David, conseguira trabalhar muitas vezes
em campos de nobres e nas minas, juntando o seu dinheiro. Passou a visitar a
taverna, conhecer pessoas e foi amealhando todos os cruzados, até conseguir
comprar um barraco e um campo, começou a produzir os seus alimentos e a ser
cada mais independente de si mesmo, ganhando mais responsabilidades pois
tornara-se cidadão de Leiria.
David sempre gostou de ler, então começou a frequentar a biblioteca
de Leiria, lia alguns livros religiosos e políticos, assim como jornais, mas o
que mais via era livros sobre famílias portuguesas, tentando descobrir a sua
origem e os seus familiares. Após muitas horas dispensadas em livros sem nunca
encontrar pistas sobre a sua existência, recebe uma carta. Esta tinha sido
enviada desde o Porto, por um jovem que dizia ser meu parente e saber toda a
história da minha família.
David ia todos os dias á Taverna da Leiria que era gerida pela Casa
do Povo e pela prefeita Sbcrugilo, todas as noites ia para beber o seu chá,
pois ele não bebia álcool. Lá conheceu Juana, uma moça de aspecto jovem, com
uns cabelos anelados e castanhos. Rapidamente se tornaram bons amigos e ela
pediu para ser madrinha de David, ele aceitou.
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