sábado, 28 de setembro de 2013

Recomeço da Virtude



A meio das suas funções na cidade de Leiria, lembra-se que não poderia assinar os documentos utilizando, apenas, David. Necessitava de um apelido, uma assinatura que demonstrasse poder e respeito. Como não possuía os meios para registar um nome familiar, opta por se intitular de David Corte Real, um nome que encontrara num dos livros antigos mas que nunca conhecera ninguém dessa família, então, aproveita-se do nome e usa-o como se fosse dele por direito.

Com as coisas a evoluir lentamente, David possuía cerca de dois mil cruzados no início do Outono. Decidiu efectuar alguns investimentos, inicia a Companhia de Pesca Leiriense, juntamente com a prefeita e amiga Pollua Vieira de forma a ajudar a cidade, compra o seu segundo campo, inicia escavações em Leiria, encontrando, várias coisas que lhe aumentaram a sua pequena fortuna, assim como um objecto raro, um escudo Selêucida, um escudo utilizado por antigos guerreiros, composto por um material resistente amarelado e circundado por um metal, com a imagem de um Touro no centro.

David estava crescendo no meio da sua adolescência, tentando arranjar bons negócios e subindo na vida, as partes familiares continuavam a não lhe interessar... Apenas o crescimento económico e social, isso sim, seria importante para ele...

A Felicidade enganadora



Após ter visitado a linda cidade do Porto, voltou para Leiria onde se apaixonou pela primeira vez, Dionísia era uma mui linda moça que gostava de se divertir e passar tempo com os amigos na taverna. Sua mãe, Dona Lucrécia, não tinha muitos sentimentos de afecto pelo enamorado da sua filha, pois, tinha prometido á filha uma festa de quinze anos onde iria encontrar o seu noivo.

Dio fazia David feliz e para ele, isso bastava-lhe, com ou sem aprovação dos demais.
O dia mais feliz da vida de David, vinte e três de Abril, David pedira Dio em casamento... E ela aceitou! Rapidamente, os dois fizeram planos…

David fora adoptado por duas pessoas muito especiais para ele, Thulyane e Trovar, ele sabia que não eram os seus pais biológicos mas todo aquele afecto e mimo faziam-no muito feliz e grato por tudo.


Meses depois, David separa-se de Dionísia. Todo aquele romance e amor não foi suficiente para David amadurecer e crescer, o trágico acontecimento ocorreu em Alcácer do Sal. O estilo de vida de David não era compatível com o de Dionísia, David realizava várias viagens e Dionísia queria assentar... um choque de pensamentos e vontades decidiu o destino. Ele voltou para Leiria e assentou, aceitou o cargo de Mentor de Leiria e dedicou-se á ajuda do Condado, Cidade e Novos Moradores. Esta grande ironia fez com que ele saísse da família Medeiros, isola-se de todos os benefícios e desvantagens familiares e dedica-se, inteiramente, ao trabalho na cidade.


 

Demanda do Saber



David partiu em busca do seu parente, no dia quatro de Fevereiro de 1461. Partiu com Juana, pois ela tinha assuntos pendentes na cidade invicta do Porto.

Pelo caminho visita Coimbra e Aveiro, viu também, a Cripta do antigo Rei de Portugal (Nortadas) e encontra vários conhecidos.

Chegou ao Porto no dia sete do mesmo mês, onde conheceu e reconheceu várias pessoas. Encontra-se com o seu parente, Fábio (mais conhecido pela sua barba e pela sua mente liberal que lhe arranjava muitos problemas), ele lhe falara do seu verdadeiro nome, David Allonzo Cyrne. A família Cyrne habitava em Lindoso, uma terra lá no Norte, e descendiam de povos espanhóis e italianos. Em Fevereiro de 1446, no dia 20, David nasceu no Castelo de Lindoso. Três anos e meio depois, os espanhóis invadiram aquela terra e mataram todos os habitantes, o seu pai, Viriato Cyrne, entregou o seu filho a um frade.

Após ouvir a história, David decide visitar a sua terra de nascença. Mas antes, Juana pede-lhe para o baptismo ser no Porto e David concorda, gostava das pessoas de lá, onde tinha feito grandes amizades e da companhia de uma dama especial que visitava o seu padrinho. Realizou o seu baptizado no dia sete de Março com a sua querida madrinha e amiga Juana, que ele considera como uma mãe.

O crescimento forçado



Ele não esperou pelo momento final, fugiu, saíra da cidade sem destino, procurando outro local de abrigo. Fora passando por cidades, crescendo com as situações, aprendendo com os erros, inovando as suas artes. Apenas se alimentava daquilo que encontrava ou do que as pessoas lhe ofereciam, prometera nunca roubar, nunca iria extrair o produto do trabalho realizado duramente por outras pessoas, então, apenas contava com a sorte e com a benevolência das pessoas. David foi vivendo a sua vida, sem grandes preocupações, apenas se limitava a sobreviver. Quando atingiria a adolescência, preocupou-se com o rumo da sua vida, pensou em assentar em algum lugar, esse lugar seria Leiria, uma cidade muito habitada e com um belo lago azul. David admirava-se com todas aquelas pessoas, desde os pequenos miúdos aos velhos habitantes, encontrando pelo caminho várias moças bonitas e cavaleiros talentosos.

David ainda não possuía dinheiro suficiente para habitar num hotel e muito menos para comprar uma habitação, dormia nas ruínas de uma velha casa, já sem decorações, sem umas paredes e com um telhado esburacado pelo tempo. Todas as noites deitava-se num monte de palha seca. Apenas possuía um tecido branco que fora várias vezes remendado a que chamara de roupa, parecendo um vestido muito curto. Lavava-o no rio, local onde tomava um banho gelado com flores de laranjeira.

Com os seus conhecimentos, David, conseguira trabalhar muitas vezes em campos de nobres e nas minas, juntando o seu dinheiro. Passou a visitar a taverna, conhecer pessoas e foi amealhando todos os cruzados, até conseguir comprar um barraco e um campo, começou a produzir os seus alimentos e a ser cada mais independente de si mesmo, ganhando mais responsabilidades pois tornara-se cidadão de Leiria.

David sempre gostou de ler, então começou a frequentar a biblioteca de Leiria, lia alguns livros religiosos e políticos, assim como jornais, mas o que mais via era livros sobre famílias portuguesas, tentando descobrir a sua origem e os seus familiares. Após muitas horas dispensadas em livros sem nunca encontrar pistas sobre a sua existência, recebe uma carta. Esta tinha sido enviada desde o Porto, por um jovem que dizia ser meu parente e saber toda a história da minha família.

David ia todos os dias á Taverna da Leiria que era gerida pela Casa do Povo e pela prefeita Sbcrugilo, todas as noites ia para beber o seu chá, pois ele não bebia álcool. Lá conheceu Juana, uma moça de aspecto jovem, com uns cabelos anelados e castanhos. Rapidamente se tornaram bons amigos e ela pediu para ser madrinha de David, ele aceitou.

Nascimento e Infância




David não se recorda muito da sua infância, lembra-se apenas de ver ao longe, um castelo. Um castelo que possuía duas torres e grandes muralhas em seu redor. Lembra-se ainda de um rio que espreitava por detrás do castelo medieval.





Um velho acolheu-o quando tinha cerca de quatro anos, ensinara-lhe a ler e a escrever, assim como os aspectos religiosos, parecendo um frade. O velho de cabelos brancos dizia sempre: 

“Nunca te importes com a aparência das pessoas, mas sim no que elas são […] Nem tudo o que vemos é, na realidade, verdade.” 

David não entendera nunca aquelas frases mas também nunca fizera muita atenção às palavras do velho.



Certo dia, David fora acordado pelo velho, ele dizia que tinha de fugir e que a casa estava a arder. David sobressaltado abre bem os olhos e vê todo o fumo envolve-lo. Tenta sair pela porta da frente mas as chamas não o permitiam, a porta das traseiras estava livre de perigo, mas o velho disse para sair pela janela do quarto e que ele ia pelas traseiras, David assim fez. Saiu pela janela e viu a casa a desmoronar-se, pensara que o velho não sobrevivesse, mas ao longe vê muitos guardas reais levando-o. David escondeu-se atrás de uma carroça para os guardas não o verem, durante o resto da manhã, foi perguntando aos habitantes se tinham visto o velho, mas nenhum dissera nada.



Ficou perto de um pomar, comendo maçãs e pensando no que acontecera ao velho, “Porque o levaram?” pensara ele. Era já noite, a lua iluminava o caminho até ao centro da cidade, onde se ouviam grandes barulhos de pessoas a gritar, parecia uma romaria, David decide visitar essa tal romaria mas quando lá chega, verifica o que realmente se está a passar. Era o velho, estava na guilhotina, ao pé dele um senhor de aspecto importante olha para um papel e diz: “Henrique Assunção, foi condenado á morte através da guilhotina, devido a crimes contra a Igreja e contra a população…”. David espanta-se, o velho iria morrer por crimes contra a Igreja, após uns momentos ele lembra-se de algumas frases que ele lhe dissera:

 “Não há religião certa ou errada, todas foram criadas para livrarem as pessoas do Mal.”