David
não se recorda muito da sua infância, lembra-se apenas de ver ao longe, um
castelo. Um castelo que possuía duas torres e grandes muralhas em seu redor.
Lembra-se ainda de um rio que espreitava por detrás do castelo medieval.
Um
velho acolheu-o quando tinha cerca de quatro anos, ensinara-lhe a ler e a
escrever, assim como os aspectos religiosos, parecendo um frade. O velho de
cabelos brancos dizia sempre:
“Nunca te importes com a aparência das pessoas, mas sim no que elas são […] Nem tudo o que vemos é, na realidade, verdade.”
David não
entendera nunca aquelas frases mas também nunca fizera muita atenção às palavras do
velho.
Certo
dia, David fora acordado pelo velho, ele dizia que tinha de fugir e que a casa
estava a arder. David sobressaltado abre bem os olhos e vê todo o fumo
envolve-lo. Tenta sair pela porta da frente mas as chamas não o permitiam, a
porta das traseiras estava livre de perigo, mas o velho disse para sair pela
janela do quarto e que ele ia pelas traseiras, David assim fez. Saiu pela
janela e viu a casa a desmoronar-se, pensara que o velho não sobrevivesse, mas
ao longe vê muitos guardas reais levando-o. David escondeu-se atrás de uma
carroça para os guardas não o verem, durante o resto da manhã, foi perguntando
aos habitantes se tinham visto o velho, mas nenhum dissera nada.
Ficou
perto de um pomar, comendo maçãs e pensando no que acontecera ao velho, “Porque
o levaram?” pensara ele. Era já noite, a lua iluminava o caminho até ao
centro da cidade, onde se ouviam grandes barulhos de pessoas a gritar, parecia
uma romaria, David decide visitar essa tal romaria mas quando lá chega,
verifica o que realmente se está a passar. Era o velho, estava na guilhotina,
ao pé dele um senhor de aspecto importante olha para um papel e diz: “Henrique
Assunção, foi condenado á morte através da guilhotina, devido a crimes contra a Igreja
e contra a população…”. David espanta-se, o velho
iria morrer por crimes contra a Igreja, após uns momentos ele lembra-se de algumas frases
que ele lhe dissera:
“Não há religião certa ou errada, todas foram criadas para livrarem as pessoas do Mal.”
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